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4.25.2005

Sabem, eu é mais nenúfares

Sempre tive um relação amor/ódio com o 25 de Abril. Estava vai não vai para escrever esta posta, manter o meu canto livre da loucura dos cravos, mas pensei "Que se foda". Vamos lá então...
Sim, eu sei que o 25 de abril marca o fim de um regime ditatorial e tudo mais. Certamente se tivesse vivido aquele 25 de abril de 74 pensava de maneira diferente, mas alas não vivi. Apenas vivo na sua consequência e deixem-me que vos diga que a liberdade que vivemos hoje em dia, é uma grande grande merda. Pelo menos se não forem do sexo masculino, brancos, católicos apostólicos romanos, de direita (sim sim, somos um país de direita, a esquerda é apenas uma alternativa temporária... constatação do facto, nada mais), heteros e do Benfica. Tudo o resto, tal como o Portugal não-Lisboa, é apenas paisagem, existe para encher espaço. De que nos serviu a revolução pacífica se ficamos pura e simplesmente encostados à bananeira? E porque raio é que fomos dos últimos países a dar um chuto no cú do ditador? Safa-nos o Milosevic.
Okay, já estou a divagar. Aviso que vou divagar ainda mais...
Referendo para a despenalização do aborto. Não gosto de referendos, dado o seu aspecto "caixa de pandora". A despenalização do aborto de hoje é a criminalização da união homossexual de amanhã. Não consigo de deixar de pensar assim... no fundo, bem no fundo, sou um velho do restelo. Todo o conceito democrático do referendo é uma falácia. A lei existe, e deve ser feita por todos e para todos. O ideal democrático da "maioria que decide" não é mais do que uma ditadura plural, justificado na máxima de que o povo falou. Foi o povo que falou, ou é alguém que fala mais alto?
Muitos nenúfares para todos!

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No cantante ... Mão morta - Quero morder-te as mãos
(este "belógue" está muito "astrangeirado")

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