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2.25.2006

Paralaxe

... Capote na pessoa de Philip Seymour Hoffman.

Ever since I was a child, folks have thought they had me pegged,
because of the way I am, the way I talk. And they're always wrong.

Enrolei um cigarro enquanto descia as escadas rolantes e começei a remoer o que tinha visto. Fiz o telefonema da praxe para partilhar um pouco do meu dia e a parte final da noite. Não é exactamente a mesma coisa, mas por agora tem de ser assim. E o que tem de ser tem muita força, não é o que se costuma dizer?

Acendi o cigarro novamente, agora pela terceira vez, enquanto caminhava pelo passeio vermelho. Gasto. Cheio de graffitis. Adoro caminhar e adoro caminhar de noite neste caminho vermelho, em particular. Tem uma vista excelente do pragal, do parque da paz, da ponte 25 de abril. Hoje fui presenteado com um fino nevoeiro que, ao longe, encobre parcialmente o Cristo Rei. A sua iluminação incide sobre a estátua, pelo que flutua em pleno ar. Olho para o céu e relembro uma noite com duas luas. Olho para baixo e vejo a minha própria sombra, cigarro na mão, ponta incandescente contra o vermelho do passeio.

A ordem de tudo o que é, a forma como a realidade encaixa, justapõe-se a tudo o que possa querer (ou será crer?) sobre o universo. Toda e qualquer divergência é anulada e remetida ao paradoxo, sob o peso de uma consciência colectiva do tamanho do mundo e, no final, a nossa perspectiva de como tudo funciona é remetida a um erro de paralaxe.

Descarto o cigarro, entretanto extinto, e sigo o meu caminho.

2 comments:

Anonymous said...

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Anonymous said...

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