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5.01.2005

Ainda sobre esse tema quente, a religião organizada

Hoje foi o baptizado de uma das minha primas pequenas, mais por vontade da avó do que da criança ou mesmo da mãe, mas enfim. Não gostei da igreja. Arquitectura demasiado progressiva. A figura de cristo parecia que saía da parede, sem traços corporais definidos, rudes, talhados em pedra meio amarelada. As mãos e a cabeça, feitas em gesso, destacavam-se do resto. Harmoniosas, brancas, em total dissonância com o resto. Afixados na parede, um em cada lado da figura, alfa e ómega. Gostei deste toque, muito simbólico, muito teatral. Aparentemente cabe aos padrinhos ofertar uma prenda todos os anos ao seu afilhado. Interessante como o padre fez questão de salientar este ponto. Este e os livros sobre o Dia da Mãe, disponíveis à saída, por um preço simbólico. Gostei igualmente deste toque, também simbólico e demasiado consumista. São argumentos (constatações) demasiado fáceis. No fundo somos todos vítimas da nossa má informação... ou será desinformação? É a velha ideia de que todos os membros do clero devem viver na frugalidade absoluta, quais frades franciscanos. Que ilusão. Pobreza e poder, poder real, são mutuamente exclusivos. Poder para coagir, influênciar, comprar, deturpar ideias, pessoas ou que quer que seja. Por isso vamos lá a pagar o dízimo ovelhinhas. Formatar o cérebro das pessoas não é de graça.

Detesto todas as religões organizadas. É uma das minhas certezas mais absolutas, a de que não são as divindades que me irritam, mas os seus acólitos fanáticos.

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No cantante ... Nine inch nails - Sunspots

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