Ia escrever algo deprimente, acompanhado de vídeo igualmente sombrio do Blixa e companhia, mas não, vamos todos unir a mão em prece, círculo fechado, e agradecer ao universo pelo conjuntura musical de elevada qualidade que se avizinha. Acabei de descobrir, via kraak, que os The National, banda fetish cá da malta, vai agraciar o nosso pequeno país a beira mar plantado no próximo SBSR. Não é bem uns Snowden ou Tv on the Radio. É muito melhor que isso.
The National - Lit Up
(Aqui só entre nós, um par de parênteses e que letrinha bem miudinha que ninguém lê, acho que ando a ouvir demasiado Tv on the Radio. Deve ser por isso. E daí talvez não. Não, não é isso. Chamam-lhe "Separação" ou "A dificuldade de...". O Blixa explica...)
Sim. Claro. Óptimo. Feliz e contente, papoilo do campo quimicamente induzido. E Paris? Será que apenas existe nos filmes?
You must never think I wish that you had stayed. Look at where we are, I'm glad you got away. But who's your daddy now And where's your home? You're living somewhere new. D'you think he'd take me too? I'm the one to blame.
Gosto de vermelho. Bem forte, bem vivo. Principalmente roupa vermelha. Também gosto de bancos. São simpáticos e úteis. Aparentemente também gosto de trazer bancos para casa, não se sabe bem de onde. Muito menos porque razão. Bóinas com padrão leopardo idem. Sim, gosto de cerveja. Neurofen 500 também. Têm um gosto docinho docinho.
Depois de uma dieta rigorosa de Juan MacLean, Rapture e LCD som sistema volto a territórios mais familiares. E mais a norte também. É aquela coisa do punk moderno canadiano. Sete músicas abaixo dos três minutos da praxe, mas muito acima da média, ou seja, a ideologia less is best em formato audio. Isto sim é que é meter num chinelo, nomeadamente os We are scientists, Artic Monkeys e os Strokes. Aguardo ansiosamente vários mimos versão hate-mail por esta última comparação...
Fome? Sede? Será a solução a palavra do senhor? Eu cá não sei, a bíblia sempre me pareceu um pouco... indigesta. Em todo o caso, a próxima vez que passar pela IURD vou lá deixar uma moedinha. Coitada da cachopa, ficou sem comprimidos para a epilepsia, para além disso deixa-nos com um excelente comeback para deslizes de memória no meio de uma conversa. "Ai, meu irmão, a outra coisa que eu quero lhe dizer... e última coisa que quero lhe dizer...... aleluia, glória a deuzzz...... a última coisa que quero lhe dizer para finalizar isso aqui foi que agora...". Divinal.
Enquanto o passarinho editorial enlouquece com tanta notícia sobre os Arcade Fire (merecida, para que não haja dúvida), o wolfing hour padece de uma certa melancolia. E não, desta feita não é por causa da chuva e dos neons. Parece que os melhores momentos musicais de 2006 vão continuar a passar despercebidos nos palcos Portugueses... Vamos por partes. Tv on the Radio. Também eles comparsas do mui excelso David Bowie (cara magarça. Não deixe os seus emails musicais para consumo interno), experimentalistas rockeiros de letras semi-incompreensiveis contudo sublimes. O que dizer da "wadding through the market's waste/we locked eyes felt our lineliness abate/True desire showed its face, but only momentarily"? Exacto. Ressoa, não ressoa? Snowden, revivalistas shoegaze indie-qualquer coisa de ritmos convidativos para um pézinho de dança. Pobre coitados, negligenciados na sua terra natal, quanto mais aqui. Algo corre mal, sem dúvida, mas uma coisa é certa. Se a vinda dos moços TVOR e Snowden depender das vendas eu cá já cumpri o meu dever.